Nova regra quer proibir que jovens cabeceiem no futebol
A IFAB (International Football Association Board), orgão que determina regras do futebol, proibiu o cabeceio, em jogos e treinos, para jogadores menores que 12 anos. Essa nova regra visa diminuir concussões e lesões cerebrais causadas por pancadas na cabeça. O advogado especializado em direito desportivo e colunista do Lei em Campo, Vinicius Loureiro, explicou o motivo da regra.
“A decisão é um ótimo primeiro passo no caminho certo. Já há indícios médicos suficientes para que as cabeçadas sejam proibidas não apenas para os menores de 12 anos, mas para todos os atletas, especialmente aqueles com menos de 25 anos. Ainda não é suficiente, mas já vai de encontro a um problema que ultrapassa as fronteiras do esporte profissional”, disse o advogado.
Vinicius ainda disse que apesar de ser uma regra importante, ela não deve ser aderida a outras faixas etárias.
“Não vislumbro uma ampliação dessa proibição, tendo em vista que as alterações nas regras do futebol sofrem muita resistência, mas vejo que ao menos há uma preocupação inicial, que pode ser com a saúde dos atletas ou com os cofres das entidades, já que a responsabilização em razão dos danos neurológicos pode facilmente ultrapassar a casa dos bilhões de dólares”, explicou.
Explicação científica
O professor e PhD Hermano Pinheiro, fisioterapeuta esportivo e neurofuncional, detalhou o processo. “Essa recomendação vai de encontro com a discussão científica atual de que impactos repetidos na cabeça resultariam em declínio cognitivo precoce e Encefalopatia Traumática Crônica (ETC) no futuro.”
Hermano completou. “Um dos fatores epidemiológicos associados à ETC e apontados por alguns pesquisadores é a idade de início à exposição aos impactos repetidos na cabeça. Quanto mais jovem, maior o risco. Aqui podemos citar como exemplos: o tackle, no rugby e no futebol americano, o body checking no hóquei e os cabeceios de bola no futebol”.
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