Atlético-MG e Liverpool poderão se enfrentar?
Cruzeiro, Botafogo e Vasco da Gama, já transformaram seus clubes em Sociedade Anônima do futebol (SAF), uma maneira de estimular que os clubes de futebol migrem da associação civil sem fins lucrativos para a empresarial. No entanto, o Atlético-MG já projeta a migração, e segue em busca do melhor perfil de investidor para seu time, já que mesmo diante da fase conturbada, tem tempo para procurar.
Recentemente, o jornalista Jorge Nicola, comentou as possibilidades e nomes desejados para a Sociedade Anônima do Futebol do Galo, e diz que a equipe pode “bagunçar a ordem do futebol em 2023”, especialmente se conseguir um investidor nível Fenway Sports Group. O grupo é dono do Boston Red Sox (MLB), do Liverpool e recentemente comprou o Pittsburgh Penguins (NHL).
Assim como a possibilidade do Atlético, com um grupo dono do Liverpool, o Bahia pode se tornar o terceiro clube da América do Sul a ser adquirido pelo Grupo City. O grupo administra o Bolivar, time da Bolívia, e o modesto Montevideo City Torque, do Uruguai. Mas o questionamento é se os clubes de mesmo dono, podem se enfrentar em competições internacionais.
“A necessidade de regular os MCO talvez seja uma das principais demandas do futebol mundial atualmente. Diante do crescimento exponencial dessa estratégia de negócio mundo afora, é fundamental agir com presteza e ter um debate profundo acerca da sua utilização. Especificamente sobre as competições realizadas pela Conmebol, há uma previsão sobre independência das entidades de prática desportiva e conflito de interesses, tanto no Código de Ética, quanto no documento de Padrão de Qualidade para o sistema de concessão de licenças”, afirma João Paulo di Carlo, advogado especializado em direito desportivo e colunista do Lei em Campo.
Clubes de mesmo dono podem se enfrentar?
O advogado Luiz Marcondes, especialista em direito desportivo, conta que o Licenciamento de Clubes da Conmebol não permite a prática multi-club ownership, “termo em inglês que se refere à aquisição ou controle de dois ou mais equipes por uma mesma pessoa, seja ela jurídica ou física, diretamente ou indiretamente por meio de um intermediário”, buscando garantir a ordem desportiva das competições.
“Entretanto, sabendo que as normas proibitivas devem ser interpretadas restritivamente, os grupos econômicos tendem a constituir estruturas societárias para os clubes que não violam frontalmente as proibições das normas atuais. Conflito de interesses econômicos e desportivos é um tema sensível e certamente será umas das principais preocupações da FIFA e demais instituições federativas nos próximos anos”, afirma Luiz Marcondes.
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