Dirigente do Galo perde a cabeça e não poupa palavras contra a arbitragem da CBF

Após os recentes episódios envolvendo o Atlético-MG e a arbitragem brasileira, o clube achou por bem convocar uma coletiva de imprensa para falar sobre o assunto. Em pouco mais de uma hora de conversa, o presidente do Galo, Sérgio Coelho deu um discurso reclamando sobre as decisões de campo que tem prejudicado o alvinegro e sobre a postura da comissão de arbitragem em relação à não só o Atlético, como outros clubes:

” Eu confio muito no presidente Ednaldo, ele tem demonstrado ser um homem do diálogo, um homem sério, e que administra à CBF com muita competência.[…] Nosso diálogo com a CBF é muito bom. Conversamos com o presidente, conversamos com os dirigentes e funcionários, não temos nenhum problema. Somos muito bem recebidos e eles nos escutam. O nosso único problema é com o órgão da comissão de arbitragem.”

Sérgio ainda destaca a dificuldade para se falar com Wilson Seneme, presidente da comissão de arbitragem:

“Na CBF referente à comissão de arbitragem, nós não somos ouvidos, como a maioria dos outros clubes. Essa dor não é só do Atlético não, é a dor da grande maioria dos clubes da Série A e da Série B. Não se conversa na CBF, na comissão de arbitragem. Ninguém tem o telefone do presidente da comissão de arbitragem.”

O presidente também deu uma forte declaração onde afirmou que Seneme não tem condições para chefiar a comissão de arbitragem da CBF:

“No nosso entendimento, o senhor Wilson Seneme está no lugar errado. Sua postura não condiz com o cargo que ocupa. Falo pelo celular com qualquer presidente de clube no Brasil, com o presidente da CBF e da Conmebol, mas, com o presidente da comissão de arbitragem, não consigo falar. Eu e a maioria dos clubes.”

Confira na íntegra a nota do presidente do Galo

“Bom dia!

Quero reforçar que somos pessoas do diálogo, da conciliação e da paz. Só estamos fazendo esta coletiva porque não somos ouvidos pela comissão de arbitragem da CBF, a despeito das inúmeras tentativas que fizemos.

Vamos lá.

1) COMISSÃO DE ARBITRAGEM

É lamentável a forma como o presidente da comissão de arbitragem da CBF tem conduzido sua atuação no órgão;

É incompreensível a falta de diálogo com boa parte dos clubes e federações, inclusive com o Galo. A reclamação é geral;

No nosso entendimento, o Sr. Wilson Seneme está no lugar errado. Sua postura não condiz com o cargo que ocupa;

Falo pelo celular com qualquer presidente de clube no Brasil, com o presidente da CBF e da Conmebol, mas, com o presidente da comissão de arbitragem, não consigo falar. Eu e a maioria dos clubes;

E que fique bem claro: a arbitragem mudou para muito pior neste ano. Caiu a qualidade das atuações, com critérios confusos e díspares. Em relação ao VAR, a piora é uma aberraçäo;

Há árbitros inseguros e mal preparados, e outros inexperientes escalados para jogos de alta exigência;

Enfim, a gestão da arbitragem brasileira está horrível, com árbitros sempre repetidos nas escalas, e outros que estreiam na rodada 18 do campeonato, por exemplo;

São atitudes que demostram, de forma inequívoca, que a comissão de arbitragem da CBF está sem rumo e à deriva. Os sucessivos erros que temos visto impactam a credibilidade do futebol brasileiro. Talvez seja preciso que busquemos uma verdadeira liderança para o setor.

  1. LIBERAÇÃO DE ÁUDIOS DO VAR

Por que os áudios dos jogos do Atlético demoram tanto para ser liberados?

Um deles, do jogo contra o Avai, acontecido em 29/05, não foi liberado até hoje. Assim como o da suposta ameaça que Daronco fez a Hulk. Qual é o problema? Seremos incansáveis nessa cobrança;

Curiosamente, o áudio do jogo entre Ceará x Flamengo, ocorrido também em maio, no dia 14/05, foi disponibilizado no mesmo dia;

Também os áudios dos nossos jogos contra São Paulo (Brasileirão) e Flamengo (Copa do Brasil) demoraram vários dias para se tornarem públicos e só o foram depois de muita reclamação de nossa parte. Diferentemente, mais uma vez, do que ocorreu no jogo entre Palmeiras e São Paulo (Copa do Brasil), que teve os áudios liberados em menos de 24h;

Está certo isso? É essa a postura que se espera da comissão de arbitragem de uma entidade isenta e neutra como é a CBF?

O mais incrível é que temos bom diálogo com a CBF e a conduta da comissão de arbitragem tem ido na contramão. Somos bem recebidos pelo presidente Ednaldo, pelos diretores Júlio Avellar, dra. Samanta e Rodrigo Paiva, menos pela comissão de arbitragem. Isso é inaceitável!

  1. ANÁLISE DOS ÁUDIOS DO VAR DOS JOGOS

Galo x São Paulo – o pênalti no Hulk foi claríssimo. O VAR confirmou que nosso atacante tocou primeiro na bola. O Hulk toca na bola, o defensor o atropela dentro da área e não é pênalti? Esperamos que todos aqueles que disseram que não foi pênalti porque o Miranda tocou primeiro na bola revejam suas posições.

Neste mesmo jogo, há outros dois lances polêmicos, embora menos escandalosos. No entanto, em jogos anteriores do Galo, contra Santos e Goiás, foram marcados pênaltis (em nosso desfavor) em lances muito similares;

Ainda neste jogo, houve suposta ameaça do Daronco ao Hulk. Até o momento, ninguém se manifestou sobre o episódio, nem o árbitro, nem a comissão de arbitragem da CBF. Seremos incansáveis também na cobrança para que venham se posicionar. E pior: a despeito da grave suspeita, o árbitro continua a ser escalado em jogos do brasileirão.

Pergunto: e se o Hulk tivesse feito uma ameaça ao árbitro? Seria expulso e, muito provavelmente, levaria severa punição do STJD.

Galo x Flamengo (Copa do Brasil) – nossa atuação foi ruim, o Flamengo jogou melhor, mas isso não justifica o fato de o árbitro dar um gol que nem ele nem o auxiliar tinham visibilidade para dar. O vídeo deixa claro que tanto árbitro como auxiliar não deram o gol imediatamente, só após reclamação dos jogadores do Flamengo. O VAR não tinha imagem conclusiva da jogada, como restou comprovado. Porque a decisão de campo foi pelo gol se nem o árbitro nem o auxiliar tinham visibilidade para tal?

Galo x Botafogo – ainda não tivemos acesso aos áudios (mais uma vez), mas o pênalti escandaloso no Ademir, no último lance do jogo, foi um erro grotesco, do mesmo árbitro que não marcou 2 pênaltis em nosso jogo, ano passado, contra o Atlético-GO, em Goiás, mesmo vendo os lances no VAR.

Nos nossos 3 últimos jogos, fomos absurdamente prejudicados, por árbitros considerados top 5 do Brasil. Dois deles, inclusive, estarão na copa do mundo. Também não podemos esquecer os prejuízos que tivemos contra:

A) Bragantino – pela não marcação de pênalti e expulsão de jogador adversário;
B) Goiás – pela não expulsão do adversário após atingir com falta vergonhosa o nosso atleta Guga.

Conclusão: se fosse adotado o mesmo critério em lances muito assemelhados, poderíamos ter, hoje, 8 pontos a mais na atual tabela do campeonato. Hoje, estamos com 31 pontos, nenhum ganho com erro a nosso favor, o que muito nos orgulha.

Os árbitros do var que cometeram erro no jogo Palmeiras x São Paulo foram imediatamente suspensos e não atuaram no jogo Athletico-PR x Inter, para o qual estavam escalados. E os árbitros que apitaram esses nossos jogos e cometeram esses erros absurdos, muito piores que no jogo do Palmeiras contra São Paulo? Por que não foram punidos? Por que continuam trabalhando como se nada tivesse acontecido?

Senhor presidente da comissão de arbitragem, por que dois pesos e duas medidas?

Reitero: os sucessivos erros contra o Galo e demais clubes estão manchando o futebol brasileiro.

  1. PECHA DE RECLAMÃO

O Galo, além de ter sido flagrantemente prejudicado no lance capital que culminou com a nossa eliminação na Copa do Brasil, vem sendo constantemente prejudicado de forma inacreditável no campeonato brasileiro.

Portanto, reafirmo em alto e bom tom: não ficaremos calados! Seremos incansáveis nas reclamações, sempre que nos sentirmos lesados. Até porque, contra fatos não há argumentos. O que apresento aqui são fatos e não suposições, exceto para quem insiste em não reconhecer a verdade.

Por fim, para também deixar claro: não estou questionando a intencionalidade dos árbitros ou insinuando que exista má-fé ou desonestidade em qualquer dos membros da comissão de arbitragem.

O que rogamos (suplicamos) é para que se tenha tratamento equânime entre os clubes, e que se adote os mesmos critérios em todos os jogos.

O Galo apoia a profissionalização da arbitragem brasileira, o treinamento dos profissionais e a melhoria nas condições de trabalho dos árbitros de campo e de vídeo.

Obrigado.

Comentários estão fechados.