Opinião: Oscilações do Galo preocupam, mas Mohamed não é o único culpado

O Atlético acabou derrotado por 5×3 pelo Fluminense na noite de ontem (8), foi a primeira vez que o clube sofreu mais de 4 gols em uma partida desde 2011 e a segunda oportunidade seguida que o time perdeu de assumir a ponta do Campeonato Brasileiro em 2022.

As oscilações tem sido uma marca da temporada do Galo, que embora até então tenha conquistado todos os seus objetivos, ainda não convence o seu torcedor. Para muitos, o grande culpado desses tropeços é o treinador Antonio Mohamed, contratado para dar sequência ao ótimo trabalho feito por Cuca em 2021.

Apesar disso, El Turco não teve à chance de continuar o trabalho feito pelo treinador em 2021, uma vez que antes mesmo de sua chegada, o Atlético já havia negociado Nathan, Hyoran e Júnior Alonso, além de ter rescindido com Diego Costa.

Mohamed ainda perdeu Savarino, Dylan e Tchê Tchê no decorrer do ano, mas recebeu Otávio, Ademir, Godín e Fábio Gomes, além de Júnior Alonso, que retornou ao clube por empréstimo por conta da guerra na Rússia. Mesmo com as mudanças no elenco, o treinador conseguiu vencer o Campeonato Mineiro com tranquilidade, uma vez que a diferença do Atlético, mesmo que em transição, para os outros times é muito grande.

A estreia na Copa Libertadores e no Campeonato Brasileiro vieram da melhor forma, com vitórias em cima de adversários difíceis (Tolima e Internacional). Foi na segunda rodada da fase de grupos, quando o Galo empatou em 1×1 com o América no Mineirão, que os primeiros questionamentos ao trabalho do treinador foram levantados.

O pior momento do Galo na temporada veio entre os meses de Abril e Maio, quando em 6 jogos, empatou 4, perdeu 1 e venceu apenas 1. Os empates contra Coritiba, Goiás Del Valle foram jogados pela torcida na conta de Mohamed, uma vez que eram jogos em que o Atlético vencia, mas que não conseguiu segurar o ímpeto adversário e acabou sofrendo gols.

Apesar disso, pouco se fala sobre as perdas que treinador teve neste período, uma vez que Vargas, Keno e Zaracho se lesionaram e por conta das vendas feitas pela diretoria, o Galo acabou ficando sem peças de reposição. Dos cinco reforços contratados pela diretoria para 2022, dois deles podem deixar o clube ainda no meio do ano (Godín e Fábio Gomes).

As prováveis saídas de Godín e Fábio, além dos diversos nomes que vem sendo especulados para chegar no Atlético na janela de transferências, me parecem ser um claro exemplo de que a diretoria alvinegra está em corrigindo a rota e tenta melhorar seu elenco antes de culpar o treinador por conta dos maus resultados.

Desde que chegou ao clube, El Turco tem tido dificuldades em acertar sua defesa, tendo sofrido 27 gols em 33 jogos. Após a derrota para o Fluminense o treinador destacou que não tem tido tempo para corrigir as falhas do time e que praticamente todo trabalho que tem feito com os atletas é por base de vídeos. Ofensivamente a equipe continua produzindo bem, tendo marcado 63 gols em 33 jogos na atual temporada.

Ao longo da temporada o Atlético tem sido um time de extremos e isso é um problema. Principalmente para quem quer brigar por todos os títulos no ano. A Copa Libertadores é o principal objetivo do clube na temporada, mas é um torneio mata-mata e uma noite ruim, como a de ontem, pode custar a temporada. Na Copa do Brasil, o Galo enfrenta o Flamengo, que embora em crise, tem grandes jogadores e pode eliminar o Atlético. É preciso ser mais regular, principalmente no Campeonato Brasileiro, que vai até o fim da temporada, independente dos resultados.

O Atlético precisa tomar cuidado para não se colocar em uma situação parecida com a do Flamengo em 2021, que contratou Renato Gaúcho para ser o homem que traria de volta o espírito de (Jorge) Jesus e que apostou todas suas fichas na Libertadores, mas que ao ser derrotado na final, acabou tendo fracassado na temporada, pois já estava muito longe do Galo no Brasileiro e havia sido eliminado da Copa do Brasil.

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