Reinaldo: o maior artilheiro da história do Atlético Mineiro
José Reinaldo de Lima ou apenas Reinaldo, é o maior artilheiro e maior jogador da história do Clube Atlético Mineiro. Nascido em Ponte Nova, no interior de Minas Gerais, chegou ao Atlético com 14 anos em 1971, ele foi captado pelo lendário olheiro atleticano, Barbatana.
Desde sua chegada a Belo Horizonte, o jovem já chamava atenção, sempre se destacando nos treinos do juvenil com o profissional, uma prática comum a época. Apelidado de Baby Craque, o jovem só fez sua estreia vestindo preto e branco em 1973, em uma derrota por 2×1 para o Valério, de Itabira.
Reinaldo e sua primeira lesão no joelho
Em 1974 o Rei sofreu sua primeira lesão no joelho e teve seu menisco extraído, algo que o assombraria por toda a sua carreira.
Mesmo muito novo, Reinaldo já era um dos destaques do Atlético, perseguido em campo, os zagueiros buscavam seu joelho lesionado, mas os gritos da Massa de “Rei, Rei, Rei, Reinaldo é nosso Rei!” davam forças ao mais novo rei de Belo Horizonte a continuar brilhando nos gramados.
Atlético Mineiro com um timaço em 1977
Em 1977, o Atlético montou um de seu melhores times de todos os tempos, liderado por um Reinaldo com média de 1,5 gol por jogo (a melhor da história do Brasileiro), o Galo chegou a final do Campeonato Brasileiro contra o São Paulo, sem perder nenhum jogo sequer.
Foi então que Reinaldo sofreu o primeiro duro golpe de sua carreira: o Brasil ainda estava sob o regime militar em 1977, algo que incomodava profundamente o craque do Galo, que havia aprendido com Frei Beto, os horrores da ditadura. Naquela época, ganhou o apelido de Pantera Negra.
Como forma de protesto, o Rei passou a comemorar seus gols com um punho cerrado, em forma de resistência. Algo que incomodou profundamente os militares, que usaram sua influência para suspender Reinaldo das finais de 1977 por conta de um cartão vermelho recebido na primeira fase do campeonato.
Sem seu maior artilheiro, o Galo sofreu contra o São Paulo, mas mesmo assim ainda competiu. Os paulistas contavam com auxílio da arbitragem uma vez que o árbitro Arnaldo Cézar Coelho não expulsou os jogadores do São Paulo que quebraram a perna de Ângelo.
A partida terminou empatada em 0x0 e foi para os pênaltis, na marca da cal deu tricolor e o Galo foi vice sem perder um jogo sequer. Segundo Reinaldo, aquela foi a noite mais triste da história de Belo Horizonte.
Reinaldo disputou a Copa do Mundo de 1978
Sofrendo com lesões e continuando sua luta contra a ditadura, Rei foi convocado para a Copa do Mundo de 1978, na Argentina, que também estava sob regime militar. Antes de viajar para disputar a competição, o general Ernesto Geisel advertiu Reinaldo para que não comemorasse seus gols com o punho cerrado.
Entretanto, após marcar um belo gol contra a Suécia, o Rei começa a celebrar seu tento com as duas mãos para o alto, mas rapidamente abaixa uma delas, erguendo seu punho cerrado em um silencioso, mas poderoso protesto.
O começo da década de 1980
No ano de 1980, Reinaldo mais uma vez estava em grande fase e liderou o Atlético a mais uma final de Brasileiro, dessa vez, contra o Flamengo. No primeiro jogo, no Mineirão, deu Galo! 1×0 com gol do Rei.
No Rio de Janeiro, em uma partida extremamente disputada, Reinaldo marcou 2 gols, um deles estando lesionado e foi expulso injustamente. Do túnel do Maracanã, ele assistiu Nunes fazer 3×2 e frustrar o sonho do Bi do Galo.
Despedida do Galo e fim de carreira
Após diversas lesões e gols de placa, em 1985 Reinaldo fez seu último jogo pelo Atlético em um amistoso contra o Ajax, da Holanda. Após deixar o Galo, o atacante sofreu com drogas e passou sem grande brilho por Palmeiras, Cruzeiro, Telstar(HOL) e o BK Häcken (SUE).
Reinaldo se recuperou dos problemas com as drogas e se tornou um cidadão ilustre de Belo Horizonte, sendo eleito vereador e deputado estadual. Além disso, o maior ídolo da história do Galo ocupou diversos cargos no clube ao longo dos anos.
O título brasileiro do Atlético em 2021 foi especial para muitos torcedores, mas foi mais que especial para Reinaldo, que foi privado de ganhar o troféu enquanto atleta. Ele se emocionou na arquibancada com os gritos de É Campeão, da torcida na partida contra o Fluminense, quando o Galo ainda não era campeão. No jogo da entrega da taça, ele junto dos capitães Réver e Júnior Alonso, além do histórico massagista Belmiro, levantou a taça do tão sonhado Bi.
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