Arena MRV: tudo sobre a nova casa do Atlético-MG
Com inauguração prevista para o segundo trimestre de 2023, a Arena MRV será, em breve, a nova casa do Atlético-MG. Os primeiros passos desse sonho foram dados ainda em 2019, quando o conselho do clube aprovou o projeto e também a venda de 50% do Diamond Mall para custear a obra.
Para conseguir construir a obra sem se comprometer ainda mais financeiramente, o clube montou toda uma operação. Inicialmente a construção seria custeada pelos 50% da venda do Diamond (R$250 milhões), pelos naming rights do estádio (R$50 milhões) e pela venda de cadeiras cativas e camarotes (R$110 milhões).
Engenharia financeira
Em abril de 2020, a prefeitura de Belo Horizonte aprovou o projeto e deu autorização para que o Atlético iniciasse a construção do estádio. Orçada inicialmente em R$410 milhões, em dois anos de obras os custos passaram dos R$650 milhões e podem chegar aos R$900 milhões, segundo especialistas.
Durante o Galo Business Day, o CEO do clube e da Arena MRV, Bruno Muzzi, explicou o aumento dos custos. Conforme ele, é impossível se orçar com 100% de precisão preço de uma obra com ela ainda no papel:
“Lá em 2017, quando foi aprovado no Conselho os R$ 410 milhões – uma modalidade de preço de contratação que chama Preço Máximo Garantido -, esse preço foi dado em cima de um projeto básico arquitetônico. E é de praxe das empresas, é impossível se orçar uma obra com projeto básico. Você tem uma oscilação muito grande”, disse.
Muzzi ainda explicou que somente após um ano de obra é possível saber de fato o preço real da construção:
“Então, o que se faz em um contrato como esse? Do momento que você inicia o contrato, dá ordem de serviço para iniciar, após um ano de execução de obra, você desenvolve todos os projetos executivos. Assim que você desenvolve, você tem o detalhamento suficiente para que essa obra possa ser orçada. Então, isso é o comum de contrato de PMG na engenharia”.
O CEO ainda relatou que o projeto da Arena é complexo, pois envolve outras instituições:
“Após esse um ano, nós entregamos todos os projetos executivos de engenharia, que são diversos. A Arena é extremamente complexa. E ainda entregamos todas as adaptações que foram necessárias para que a gente conseguisse obter o alvará de construção. Tivemos diversas discussões com a Prefeitura para poder fazer as adequações necessárias e também com o Corpo de Bombeiros”, cotinuou.
Bruno também ressaltou que a pandemia teve impacto direto no custo da obra, uma vez que toda a cadeia de produção foi afetada:
“Conseguimos contornar um pouco essa situação de pandemia. Chegaram momentos em que a gente tinha dificuldade tremenda de funcionários na obra, porque as empresas, os fornecedores, foram demitindo funcionários, segurando a demanda. Então, a gente teve um encurtamento na cadeia de fornecimento que impactou bastante para a gente”, frisou.
Galo tentou superar a pandemia
Para tentar amortizar ao máximo os impactos da pandemia, o executivo relata que o clube tomou uma série de medidas. Ele cita, que com a primeira receita que recebeu, comprou todo o aço da obra, para evitar uma maior variação de preço:
“Nós tivemos algumas sortes de poder comprar o aço antecipado e segurar bastante esse incremento, que talvez pudesse ter sido muito pior – aço, concreto, muitas coisas a gente conseguiu antecipar. Primeiro dinheiro que eu tive da obra, por exemplo, eu comprei o aço inteiro. Não tinha dinheiro mais no mês seguinte.”
Por conta do aumento nos custos da obra, o clube já procura novas fontes de receita para conseguir arcar com os custos. Primeiro o Atlético aumentou a capacidade do estádio de 41 mil lugares para 46 mil. O número de camarotes e cadeiras cativas comercializadas também foi aumentado.
Além disso, o Galo também passou a arrecadar com patrocínios para o estádio. Bruno Muzzi revelou que somadas todas essas receitas, R$600 milhões já entraram nos cofres alvinegros, ainda segundo o CEO, o clube espera faturar mais R$300 milhões com o estádio.
Contrapartidas polêmicas
As contrapartidas exigidas pela Prefeitura de BH para a realização da obra tem sido um ponto de atrito no clube, recentemente, Rafael Menin, mecenas e conselheiro do clube, atacou o prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil, que não só é conselheiro do clube, como já foi presidente do Atlético entre 2009 e 2014:
“4 anos para concluir o licenciamento e a maior contrapartida já cobrada na história dentre as cidades brasileiras. Isso mesmo , a maior cp da história do Brasil!”, disse Menin.
Em entrevista recente, Alexandre Kalil se defendeu das acusações feitas por Menin, garantindo que nunca foi procurado por ninguém do Atlético para falar sobre as obras da Arena MRV e faz questão de ressaltar que jamais faria nada para prejudicar o Galo:
“Primeiro, atenção torcida, o estádio é do Atlético, acho que já venderam 150 milhões de camarotes e cadeiras, mais meio shopping. O estádio chama Elias Kalil, é o nome do estádio, é uma das coisas que eu mais prezo e amei na vida foi meu pai. Só dele ter esse nome não é possível que o Kalil vai sabotar. […] Nunca em tempo algum, enquanto não tinha assinado o acordo, a diretoria do Atlético me procurou para falar de contrapartida”, afirmou Kalil.
A arena mais moderna da América do Sul
A Arena MRV será uma arena multiuso, isso é, além de ter capacidade para receber jogos de futebol, o estádio também será construído para receber grandes eventos. O clube pretende fazer do estádio o mais tecnológico da América do Sul, durante o Galo Business Day, o Atlético revelou que a Arena terá sua própria rede wi-fi, além de luzes interativas, assim como nas arenas americanas visitadas por conselheiros do clube.
Gramado sintético na Arena MRV?
Sobre o gramado do estádio, o Atlético ainda avalia qual o tipo de grama que deve ser utilizado no campo de sua nova casa. Em caso da instalação de grama natural, é necessário fazer um investimento considerável em painéis de luz solar, uma vez que o estádio tem muita sombra, algo que atrapalha o desenvolvimento do gramado.
Caso opte por instalar a grama sintética, o clube precisa estar preparado para um aumento de custos na manutenção do gramado, uma vez que o sintético consome 10x mais água que o natural. Palmeiras e Athletico-PR contam com grama sintética em suas casas.
Inauguração da Arena MRV
Para a inauguração prevista para março de 2023, uma série de eventos especiais, incluindo shows e jogos amistosos serão realizados no estádio. O BH Festival será o evento que marcará a abertura do estádio ao público. Confira abaixo a programação divulgada pelo Atlético para a inauguração do estádio:
O primeiro evento está agendado para uma data emblemática: dia 25 de março, aniversário de 115 anos do Atlético. O “Campo de Jogo: o Nascimento”, terá a instalação das traves, marcação das linhas do campo e o primeiro chute a gol. O evento contará também com a performance de uma orquestra sinfônica, cujos integrantes e programa musical serão anunciados em breve.
Cerca de 10 mil pessoas terão o privilégio de participar do primeiro evento oficial da Arena MRV. Quem merecerá a honra de dar o primeiro chute a gol? Qual torcedor terá o privilégio de ajudar a marcar o círculo central no gramado? Uma série de atrações marcará essa data histórica.
Já no dia 15 de abril, acontece o “Arrepia BH”, com a inauguração do moderno sistema de iluminação da Arena MRV, com show de música eletrônica comandado por um DJ cujo nome será revelado em breve, além de um evento de projeção mapeada e a presença de convidados ilustres que marcaram a história do Galo. Torcedores e figuras importantes do Atlético terão a honra de ligar as chaves, acender o estádio e arrepiar a Massa.
O primeiro jogo na nova casa do Atlético-MG
A primeira partida de futebol da Arena MRV será para cerca de 30 mil pessoas, em 6 de maio. O “Lendas do Galo” reunirá craques que se imortalizaram vestindo a camisa do Atlético. Um show surpresa fará parte dessa festa que aquecerá os motores para o primeiro jogo do elenco profissional do Atlético.
A data mais aguardada pela Massa chega em 19 de maio. A “Inauguração Oficial”, com um jogo amistoso entre o Atlético e uma equipe internacional convidada. O show de abertura da noite será do cantor Nando Reis, que promete emocionar a Massa com uma homenagem à atleticana Cássia Eller. Essa noite mágica ainda terá um show surpresa durante o intervalo da partida.
Finalizando os dois meses de festa, no dia 27 de maio o BH Festival será encerrado em mais uma noite histórica e de muita música que reunirá Ivete Sangalo, Jota Quest, César Menotti e Fabiano e ainda uma atração internacional surpresa fechando o evento. A expectativa é de que sejam mais mais de seis horas de um festival que promete ficar marcado no calendário da capital mineira para celebrar a mais moderna arena multiuso do Brasil.
Comentários estão fechados.