Kafunga: goleiro histórico ao longo de décadas no Galo

Kafunga é ao lado de Victor e João Leite, um dos três maiores goleiros da história do Galo. Natural de Niterói, começou sua carreira no Fluminense Atlético Clube, clube amador da cidade. Chegou ao Atlético em 1935 para ser reserva do goleiro Clóvis, mas rapidamente assumiu a camisa 1 alvinegra e apenas um ano depois de sua chegada conquistou seu primeiro Campeonato Mineiro.

Em 20 anos defendendo o Galo, o arqueiro foi Campeão dos Campeões em 1937, conquistou 10 Mineiros e fez parte do elenco apelidado de Campeão do Gelo após uma vitoriosa excursão pela Europa nos anos 50.

Kafunga trabalhou na mídia esportiva

Após se aposentar em 1954, Kafunga fez parte da Crônica Esportiva Mineira e foi um excelente comentarista. Ajudou a criar expressões usadas até hoje como: “não tem coré coré”e “gol barra limpa”.

O ex-goleiro teve passagens por TV Itacolomi, TV Alterosa, Rádio Guarani e o jornal Diário da Tarde. Em uma entrevista à revista Clubes Brasileiros na década de 70, Kafunga falou sobre a função de comentarista:

“Com o tremendo desenvolvimento tecnológico, os meios de divulgação deram outra dimensão ao futebol. Vi muitos “Pelés”, que talvez não tenham alcançado a fama porque as notícias andavam a passo de tartaruga. Hoje se faz um craque da noite para o dia. Ou se acaba com ele…”, disse.

Outras histórias do ídolo do Atlético

Kafunga também teve carreira política durante a ditadura militar, tendo sido vereador em Belo Horizonte por 16 anos. Sua esposa garantiu que sua fama fazia com que ele fosse eleito sem mesmo fazer campanha.

Seu filho teve passagem pelo Atlético e foi preparador físico do elenco campeão brasileiro em 1971. Para o ex-goleiro, isso era motivo de muito orgulho, algo que ele também falou à revista Clubes Brasileiros:

“O sangue dos Kafunga continua a correr no Atlético. Eu parei, mas meu filho, Roberto, está lá como preparador físico, ao lado de Telê, para dar maiores glórias ao clube.”

Pelo Atlético foram 509 partidas, o quinto jogador a mais vezes vestir a camisa alvinegra na história.

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